Juan Pablo Vojvoda chegou, e com ele renovam-se as esperanças do resignado torcedor santista por dias melhores.
Finalmente, após cinco anos (desde a passagem de Cuca na campanha do vice da Libertadores em 2021), o Santos volta a ter um técnico à altura de sua grandeza.
O Alvinegro Praiano contratou 15 treinadores nesse período, uma impressionante média de apenas três meses e meio por técnico. Só em 2025, Vojvoda já é o quarto comandante a assumir o time, depois de Pedro Caixinha, César Sampaio e Cléber Xavier.
Com apenas 21 pontos e ocupando a 15ª colocação no Campeonato Brasileiro, a diretoria entregou o comando da equipe por 18 rodadas a profissionais que jamais haviam exercido a função de técnico:
- 14 jogos com Cléber Xavier
- 3 com César Sampaio
- 1 com Matheus Bachi
Agora, cabe a Vojvoda e sua comissão técnica tirar o Santos da incômoda parte de baixo da tabela. O treinador argentino assistiu in loco à derrota por 2 a 0 para o Bahia, na Arena Fonte Nova, e percebeu que terá muito trabalho pela frente. Viu um time desorganizado, espaçado em campo, sem jogadas de profundidade e com pouquíssima capacidade de reação.
Para alcançar os 45 pontos que, em teoria, livrariam o clube do rebaixamento, Vojvoda precisará conquistar 44% dos 54 pontos ainda em disputa. Certamente este será o maior desafio de sua carreira, já que o trabalho que inicia no Santos é totalmente diferente de tudo o que viveu até aqui.
Juan Pablo Vojvoda – Carreira
Vojvoda começou sua trajetória como treinador no Newell’s Old Boys e passou por Defensa y Justicia, Talleres e Huracán, todos da Argentina. Em 2020, assumiu o Unión La Calera, do Chile, até chegar ao Fortaleza em 2021. Foi justamente no clube chileno que chamou a atenção de Marcelo Paz, hoje CEO do Leão do Pici, que decidiu contratá-lo pela sua capacidade de extrair resultados expressivos de equipes com baixo orçamento.
No Fortaleza, foram 310 jogos, com 145 vitórias, 77 empates e 88 derrotas, um aproveitamento de 55%. Sob seu comando, o clube conquistou títulos importantes, como o bicampeonato da Copa do Nordeste (2022 e 2024) e o tricampeonato cearense (2021, 2022 e 2023). Além disso, levou o time às oitavas e semifinais de grandes torneios: semifinal da Copa do Brasil (2021), três participações seguidas na Libertadores (2022, 2023 e 2025) e uma final de Sul-Americana (2023). Também terminou duas vezes o Brasileirão no G-4 (2021 e 2024).
Os desafios no Santos FC
No Santos, Vojvoda precisará de tempo para implantar suas ideias. Adepto de variações táticas, terá que trabalhar bastante para ajustar o elenco e encontrar as peças certas em cada função. Um exemplo de sua capacidade de recuperação foi a campanha do Fortaleza no Brasileirão de 2022: o time terminou o primeiro turno na lanterna, mas fez um returno histórico e fechou a competição em 8º lugar, conquistando vaga para a pré-Libertadores.
Já o trabalho de Cléber Xavier praticamente não deixou legado, e tudo precisará ser reconstruído do zero. A missão do argentino passa por reorganizar o sistema defensivo, resgatar a intensidade e apagar a imagem de uma campanha pífia até aqui.
A Esperança de dias melhores
Na coletiva de apresentação, Vojvoda se emocionou ao lembrar do pai, que lhe contava histórias maravilhosas sobre Pelé. Falou também da alegria de dirigir um dos maiores clubes da história do futebol. O clima de emoção contagiou outros profissionais presentes, que também se sensibilizaram com o momento.
Uma nova atmosfera começa a se formar no Santos. A esperança é grande para que a chegada de Vojvoda seja um divisor de águas. O torcedor precisa acreditar na virada — até porque este pode ser o último sopro de esperança para a recuperação em 2025. Caso o treinador caia antes do fim do campeonato, as chances de o clube cair junto serão enormes.
E você, torcedor santista, está confiante com a chegada de Vojvoda?
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