La Mano de Toiss

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Era uma tarde de domingo, 22 de junho de 1986 no Estádio Azteca. Em um lance de pura genialidade, Diego Armando Maradona imortalizou o “gol de mão” nas quartas de final contra a Inglaterra, no auge da sangrenta Guerra das Malvinas. Ao final da partida, questionado sobre o gol, Maradona declarou: “Marquei (o gol) um pouco com a cabeça e um pouco com a mão de Deus”.

Trinta e nove anos depois, Neymar protagonizou uma cena similar, mas com uma diferença crucial: mais de trinta câmeras filmando em 8K, centenas de celulares e a tecnologia do VAR, implantada há mais de sete anos no futebol mundial.

O resultado desta diferença, não poderia ser pior…

Os ingredientes para um domingo perfeito estavam postos: jogo às 16h, Vila Belmiro lotada, lançamento de camisa histórica e Neymar como titular. Um roteiro ideal para um santista que esperava um final feliz. Contudo, a vida do torcedor alvinegro tem sido um calvário sem fim.

O Jogo

O Santos optou por uma postura reativa, abdicando da posse de bola no primeiro tempo. O Botafogo teve 65% de posse, mas o goleiro Brazão não fez nenhuma grande defesa. O lateral Souza, que finalmente ganhou sequência no time, sofreu com as investidas de Arthur.

Neymar, já no primeiro tempo, dava sinais de protagonismo. A melhor chance de gol foi dele, quando driblou Marlon Freitas e Jair e chutou em cima de John, que, mesmo sentado, conseguiu defender e rebater a bola. Apesar da vontade, Neymar também demonstrou excesso. Em uma jogada na defesa do Botafogo, cometeu falta dura em Jair e recebeu seu primeiro cartão amarelo.

No segundo tempo, o Santos voltou melhor. O Alvinegro soube aproveitar a velocidade de Guilherme nos contra-ataques, mas sempre pela individualidade, e nunca pelo trabalho em equipe. Aos 20 minutos, Rollheiser, em jogada pela direita, tocou para Barreal, que chapou de esquerda para John fazer a defesa da partida, evitando o gol santista.

Aos 30 minutos, a jogada que mudaria tudo: Rollheiser cruzou da esquerda, a bola rebateu na defesa do Botafogo e sobrou para Neymar, que fez o gol com a mão. O árbitro Davi de Oliveira Lacerda aplicou o segundo cartão amarelo e expulsou o astro santista.

Com um jogador a menos, o Santos recuou suas linhas. Cléber Xavier, novamente, demorou para mexer no time, dando tempo para o Botafogo controlar as ações e aproveitar os espaços até abrir o placar aos 40 minutos.

Arthur recebeu pela direita, encarou a marcação, cortou para o meio e cruzou na direção do gol. Santi Rodríguez tentou alcançar a bola, mas não conseguiu, enganando Gabriel Brazão, que nada pôde fazer. O gol foi creditado ao camisa sete do Glorioso, confirmando os três pontos na Vila Belmiro.

Os dois cartões foram justos e poderiam ter sido evitados. Neymar estava bem no jogo e, até a expulsão, o Santos fazia uma partida controlada e muito mais próxima da vitória do que o time carioca. Com um a menos, o Santos sucumbiu à qualidade técnica do atual campeão da Libertadores.

Derrota em casa, e o Santos segue na zona do rebaixamento.

Neymar utilizou as redes sociais para se desculpar pela expulsão.

É válido ressaltar que o Botafogo não havia vencido ninguém e não tinha marcado um gol se quer fora de seus domínios, e o Santos não perdia na Vila para o time da estrela solitária desde 2013.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 0 X 1 BOTAFOGO
CAMPEONATO BRASILEIRO – 11ª RODADA

📆 Data e horário: Domingo, 01 de junho de 2025, às 16h (de Brasília)
📍 Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
🟨 Árbitro: Davi de Oliveira Lacerda (ES)
🚩 Douglas Pagung (ES) e Pedro Amorim de Freitas (ES)
🖥️ VAR: Daniel Nobre Bins (RS)

Gol: Artur 40’/2ºT (BOT)

Cartões amarelos: Escobar e Neymar (SAN); Alex Telles e Mastriani (BOT)

Cartão vermelho: Neymar (SAN)

ESCALAÇÕES

SANTOS: Gabriel Brazão, Escobar, Zé Ivaldo, Basso (João Schmidt) e Souza; Rincón (Digo Pituca), Zé Rafael (David Washington) e Rollheiser (Gabriel Bontempo); Neymar, Barreal e Guilherme. (Técnico: Cléber Xavier)

BOTAFOGO: John, Vitinho (Elias Manoel), Jair, David Ricardo e Alex Telles (Mateo Ponte); Gregore, Marlon Freitas e Allan (Santiago Rodríguez); Artur, Savarino (Mastriani) e Rwan Cruz (Nathan FernandeS). (Técnico: Renato Paiva)

Melhores: João Basso, Zé Rafael e Rollheiser

Piores: Zé Ivaldo e Neymar 

Créditos dos Números do Jogo: VHdeVictorHugo

O Futuro

Alexandre Mattos está chegando ao Santos e terá muito trabalho. Sobre Cléber Xavier, é preciso uma mudança. A proposta ousada da diretoria em trazer o auxiliar de Tite, campeão mundial de clubes com o Corinthians, não funcionou. 

A campanha de Cleber Xavier é pífia:

7 Jogos

1 Vitórias

3 Empates

3 Derrotas

2 GP – 4 GC

29% aproveitamento

Hoje, precisamos de um aproveitamento de 50% para escapar do rebaixamento.

Para se ter uma ideia da desastrosa campanha de Cleber Xavier a frente do Santos, comparamos com a campanha de Pedro Caixinha:

O português foi anunciado no final de 2024, um mês após a demissão de Carille. Ao todo, foram 17 partidas como técnico. Neste período, o Peixe somou seis vitórias, quatro empates e sete derrotas, além de 26 gols marcados e 21 sofridos. Os números rendem ao português um aproveitamento de 43,13%.

É evidente que houve uma leve evolução no time, mas a pergunta que precisa ser feita neste momento é: Esta evolução é suficiente para tirar o time da situação que se encontra?

O Santos fez apenas dois gols em sete jogos, foi eliminado da Copa do Brasil por um time da Série B… 

Será que o time terá tempo para recuperar os pontos perdidos? Neste momento, o clube precisa de senso de urgência. As mudanças precisam ser feitas hoje, antes que seja tarde demais. A chegada de Alexandre Mattos, somada à parada para o Mundial de Clubes, deve estar ligada a mudanças drásticas no departamento de futebol e na comissão técnica do clube.

O novo CEO precisa urgentemente buscar alguém de peso para assumir o Santos, além de fazer contratações pontuais de jogadores que cheguem para resolver. O Santos precisa de um treinador que tenha a chave do CT.

Se você pensou em Sampaoli, sim, este é o nome.

Sampaoli negou o clube há pouco tempo, é verdade, mas é preciso lembrar que, naquele momento, o CEO era outro. Pedro Martins não está mais no clube, e acredito que uma nova investida por parte de Alexandre Mattos, com a apresentação de um novo projeto, pode ter um desfecho diferente.

O Santos corre contra o tempo. Mudanças são mais que necessárias. A preocupação é com o futuro!

E você, torcedor santista, qual a sua opinião sobre tudo que foi escrito? Deixe seu comentário!

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