Pós – jogo: Santos 1 – 0 Flamengo
Para o confronto contra o líder do campeonato, Cléber Xavier repetiu o mesmo time do amistoso da última semana. Sem Rollheiser suspenso o técnico alvinegro apostou em Deivid Washington na referência e Neymar mais recuado como meia.
O Santos iniciou o jogo com uma linha de quatro defensores, dois volantes, Neymar e Deivid Washington adiantados trocando posições entre si.
Deivid Washington mesmo criticado por parte da torcida, teve papel importante no esquema do Cleber Xavier, principalmente no primeiro tempo, pois por muitas vezes era ele quem fazia sombra e forçava na marcação da saída de bola dos volantes do Flamengo, função que naturalmente seria de Neymar, que por questões óbvias foi polpado desta função tática.
A escalação inicial, apesar do bom trabalho pré-jogo, teve um erro crucial: Xavier posicionou o principal jogador em função defensiva, subutilizando seu potencial ofensivo – onde reside seu diferencial. Em alguns momentos, a estratégia fez Neymar assumir um papel quase de volante, as vezes, auxiliar do lateral Souza, abandonando o ataque e comprometendo o desempenho do time.
O jogador habilidoso e criador de jogadas, deu lugar a um jogador mais contido.
É notório que Neymar é muito mais eficaz atuando como atacante, reservando sua função de armador apenas para situações de extrema necessidade.
Neymar é falso 9! A área protege o craque!
O primeiro tempo terminou com total domínio do Flamengo nas ações da partida, principalmente no quesito – posse de bola.
O time de Felipe Luiz tem como característica empurrar seus adversários pra trás, e com o Santos, essa estratégia se repetiu.
Por muitos momentos, o time de Cléber Xavier se via acuado no seu campo de defesa.
Porém, diferente de jogos anteriores, não abdicou de jogar.
Foi do alvinegro praiano as melhores chances de gol nos 45 minutos iniciais da partida.
Se em outros tempos o Alvinegro até tentava propor o jogo com a bola nos pés, mas pecava na hora de finalizar, agora o cenário mudou. Cléber Xavier abriu mão de jogar com posse e passou a esperar por uma chance — apenas uma. E ela veio.
Tudo começou a mudar quando aos 74 minutos, Bontempo entrou centralizado no lugar do “Presidente” Deivid Washington, e Neymar passou a atuar como referência no ataque.
Menos de 10 minutos depois, o time comandado por Cléber Xavier abriu o placar.
Tomaz Rincón intercepta o passe de De Arrascaeta, a bola passa por Gabriel Bontempo que abre para a esquerda para a arrancada de Guilherme em contra-ataque que toca dentro da área para Neymar que, cercado por três defensores, gira, se livra da marcação e fuzila para o gol de Rossi.
Santos 1 x 0. Explosão e delírio na Vila Belmiro!
Depois do gol foi só segurar o ímpeto do time de Felipe Luiz com muita garra e transpiração.
Destaque para o excelente trabalho físico de Fábio Mahseredjian. Mesmo sem a bola, o Santos correu demais na recomposição defensiva, e esse fator fez a diferença.
Jogadores que costumavam sentir o desgaste nos minutos finais mantiveram o ritmo até o apito final. Rincón e Neymar são os exemplos mais evidentes desse esforço — e da superação física.
O Flamengo joga como ninguém no Brasil — pelo menos no que diz respeito ao estilo de jogo. A equipe de Filipe Luís demonstra extrema paciência para girar a bola, alternar os corredores e manter o controle da posse.
Foram impressionantes 707 passes trocados e 74% de posse ao longo da partida. A “redonda” passou três quartos do tempo com os cariocas, que não só alugaram, como praticamente compraram o campo ofensivo, tamanha a permanência no setor.
A posse pode até ter sido rubro-negra, mas os três pontos ficaram mesmo no estádio Urbano Caldeira.
O Santos não vencia os cariocas na Vila Belmiro desde 2019, a vitória de ontem foi o primeiro triunfo como mandante desde a chegada de Cléber Xavier.
Após a vitória sobre o Rubro-Negro carioca, vai ficando cada vez mais evidente que o Santos de Cléber Xavier demonstra grande desconforto quando enfrenta adversários com postura reativa.
Este Santos de 2025 tem como proposta dar a bola para o adversário e jogar por um lance.
Outro jogo que deixou claro essa proposta foi contra o Atlético/MG na Vila, valendo pela 4° rodada do campeonato. Naquele jogo o time mineiro terminou a partida com 65% de posse de bola, e o Santos venceu o jogo por 2 a 0.
Vitória épica
Vitória importantíssima para a sequência do time no campeonato, mais importante ainda para o trabalho de Cléber Xavier que vai ganhando corpo na medida que o clube evolui tecnicamente e acumula pontos no decorrer das rodadas.

Notas dos Jogadores:
Gabriel Brasão (77) – Fez três defesas importantíssimas no jogo. Manteve a regularidade de sempre.
Escobar (31) – Coube a ele a missão ingrata de marcar Bruno Henrique boa parte do jogo, resiliente e muito aplicado, não comprometeu na parte defensiva.
João Basso (3) – Não teve a mesma atuação de jogos anteriores, porém não comprometeu. Por ser um jogador de baixa rotação, o jogo reativo do time colabora para que ele tenha um desempenho satisfatório.
Luan Peres (14) – Excelente partida, soberano no jogo aéreo, atuação segura com a bola rolando.
Souza (33) – Destaque do jogo. Está entre os três melhores jogadores da partida. Muita personalidade e transpiração. Diferente de Escobar, muito mais produtivo no ataque.
Tomaz Rincón (8) – Maior “ladrão” de bolas do jogo. Foi dele a roubada de bola do De Arrascaeta que deu origem ao contra-ataque mortal, que terminou com o gol de Neymar. Soberano nos desarmes. Muita entrega.
Zé Rafael (6) – Bem na marcação, pegou na retenção da posse de bola em alguns momentos. Atuação discreta.
Barreal (22) – Pouco acionado, sofre com um time penso para o lado esquerdo muito por conta da ineficiência de Escobar no ataque.
Guilherme (11) – Atuação bem abaixo no primeiro tempo. No segundo tempo foi dele a arrancada para o contra-ataque e o passe para Neymar fazer o gol da vitória. Peça importante no esquema de Cléber Xavier na sua aplicação tática de acompanhar o lateral adversário.
Deivid Washington (36) – Importante no combate de meio de campo dos volantes do Flamengo, porém, ofensivamente não foi tão bem, precisa melhorar nas tomadas de decisões.
Neymar (10) – Monstro. Gênio. Bastou uma única bola para ele decidir o jogo. Evolução clara do condicionamento físico, junto com todo time.
Alguém avise ao Bruno Henrique que, Neymar sim, “é oto patamá!”
Robinho Jr (7) – Pegou pouco na bola, mas nota-se que a personalidade é uma de suas características, a bola não queima no pé. Não tem como não passar um filme na cabeça do santista. Três momentos marcantes: A sua entrada em campo, a pedalada e no final do jogo, a torcida gritando para ele o mesmo que gritava para o pai:
“Oh lelê, oh lalá, o Robinho vem aí, e o bicho via pegar…”
Diego Pituca (21) – Entrou no lugar de Zé Rafael que jogava pela esquerda, com sua entrada Rincón foi deslocado para a esquerda para ele jogar pela direita. Apenas discreto.
Gabriel Bomtempo (49) – Foi dele o passe que para Guilherme que originou o contra-ataque do gol. Muito inteligente sem a bola. Leitura de jogo e posicionamento perfeitos.
William Arão (15) – Entrou aos 44 minutos do segundo tempo no lugar de Guilherme, para jogar como um terceiro zagueiro. Entrada estratégica e de propósito claro de manutenção do resultado.
Cléber Xavier – Montou a estratégia clara de jogo que pudesse criar situações que favorecessem Neymar na frente. Foi inteligente na leitura de pré-jogo quando entendeu que era preciso dar a bola para o Flamengo jogar e aproveitar os contra-ataques, atuando nos espaços deixados pelo Rubro Negro carioca.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 X 0 FLAMENGO
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
Cartões amarelos: Basso, Luan Peres (Santos); Jorginho, De Arrascaeta, Bruno Henrique (Flamengo)
Público: 13.541
Renda: R$ 1.270.130,00
GOL: Neymar, aos 38 do 2ºT (Santos)
Santos: Gabriel Brazão; Gonzalo Escobar, João Basso, Luan Peres e Souza; Tomás Rincón, Zé Rafael (PItuca) e Neymar; Álvaro Barreal (Robinho Jr.), Deivid Washington (Bontempo) e Guilherme (Willian Arão)
Técnico: Cléber Xavier
Flamengo: Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Danilo, Varela; Allan (De La Cruz), Jorginho, Arrascaeta; Luiz Araújo (Cebolinha), Bruno Henrique (Wallace Yan) e Plata
Técnico: Filipe Luís
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